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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Bento - André Vianco


Ficha técnica:
VIANCO, André. Bento. Novo Século: Osasco, 2003.

Resolvi que não vou ficar com essa coisa de "resenha" porque eu sempre acabo escapando do formato de "resenha" de verdade. Então, vou chamar o texto que eu escrevo de Meus Comentários. Pronto.

Meus comentários:

A história acontece trinta anos depois da Noite Maldita. Durante essa noite, várias pessoas adormeceram e não acordaram mais - dorme há trinta anos. Algumas das pessoas que acordaram, começaram a demonstrar intolerância à luz do sol, e depois foram acometidos de loucura e atacavam violentamente seus familiares em busca de sangue - vampiros, óbvio. Os que não dormiram e não viraram vampiros tiveram, então, que começar a se organizar em fortificações que durante o dia eram seguros contra os ataques dos vampiros. De noite, um forte esquema de vigilância prevenia ataques surpresas. É um mundo totalmente caótico e diferente. Ninguém mais morre de doenças, só de hemorragia e falta de oxigênio. Os que continuam adormecidos são disputados pelos humanos, que os resgatam e os mantém hidratados para o dia em que acordarem, e pelos vampiros, que vêem nos adormecidos a possibilidade de alimento eterno. As fortificações que guardam esses adormecidos são as que sofrem mais ataques dos vampiros. Os humanos que não estão nas fortificações e não são vampiros estão, provavelmente, a serviço dos vampiros como escravos ou mulos. Um mulo é um humano "traidor", que prefere a companhia, muitas vezes traiçoeira, dos vampiros do que a vida em comunidade nas fortificações.

Ninguém mais morre, e ninguém mais sonha, com exceção de um velho a quem todos chamam de Bispo. Seus sonhos provaram ser premonições do futuro, e alguns destes sonhos previam que o trigésimo Bento a despertar do meio dos adormecidos seria o que conduziria os humanos a uma vitória definitiva sobre os vampiros. Um Bento, na história de Vianco, é um ser humano que estava adormecido mas que, quando desperto, demonstra poderes quase sobrenaturais. São capazes de sentir o cheiro dos vampiros e reagem a seu ataque de maneira quase inconsciente. Geralmente são responsáveis pelas vitórias dos humanos em algum ataque de vampiros, os quais não bebem o sangue de um Bento pelo fato do gosto e efeito ser como ácido dentro de seus corpos. Quando o trigésimo Bento desperta, a história dos humanos contra os vampiros começa. Esse Bento tem poderes especiais, muito superiores aos dos outros Bentos. Esses poderes só são revelados conforme a história segue.

Várias coisas me chamaram a atenção nesta narrativa: a quantidade e características dos personagens, a trama (maneira como a história é contada), as histórias durante e logo após a Noite Maldita, e a ambiguidade do mundo atual.

A quantidade de personagens é impressionante. Tirando os personagens principais, que são muitos (os vários Bentos das várias fortificações, os soldados humanos, os vampiros Raquel, Gerson, Anaquias e Cantarzo e o mulo Lúcio), o autor inclui aqui e ali  algumas histórias de humanos e/ou vampiros que participam de alguma forma da cena do capítulo. Dessa forma, os personagens deixam de ser "desconhecidos" para terem uma história própria, e a gente tem a opção de tomar partido ou não desses personagens. Exemplo: os vigias nas torres das fortificações. Você sabe que eles não querem morrer porque tem alguém esperando por eles dentro da fortificação. Sabe como eles conheceram seus amores, como despertaram, como conseguiram se reencontrar depois dos acontecimentos da Noite Maldita, etc. Você sente a perda de personagens totalmente secundários ou sem importância para o encaminhamento da história principal.

A trama é capaz de te prender a ponto de você não conseguir largar o livro até a dor de cabeça te vencer. A história principal é interrompida por pequenas histórias paralelas acontecendo nas fortificações, nas estradas por onde viajam os Bentos e os soldados, nos covis dos vampiros. Aqui, cabe até comentar que algumas descrições são bastante longas e um leitor impaciente ou com pressa provavelmente vai se irritar com essas partes da história.

O que eu mais gosto é de ler sobre as histórias imediatamente após a Noite Maldita. Gosto de saber como as pessoas reagiram àquela nova situação, o que aconteceu com o mundo como o conhecemos, como elas foram parar naquele ponto em que se tornaram importante (ou não) para os encaminhamentos da história principal.

Sobre as ambiguidades, a gente pode falar primeiro sobre o sol e o que ele representa na história. O sol também é um personagem, muitas vezes antagonista. Se os humanos contam com a proteção do sol durante o dia, durante o pôr do sol o caminho ininterrupto do astro vira uma ameaça. O pôr do sol traz o medo dos ataques dos vampiros, os quais não são mais castigados pela sua presença. O sol que protege é o sol que abandona os humanos à própria sorte e que desaparece no final do dia.

O mundo caótico que se configura depois da Noite Maldita também é ambíguo. Se por um  lado a Noite Maldita trouxe o terror dos vampiros, expôs os humanos a ameaças diárias, separou famílias e condenou a raça humana a viver escondida dentro das fortificações; por outro lado, depois da Noite Maldita, ninguém mais vive com medo do próximo. Quem está dentro das fortificações é, decididamente, uma pessoa do "bem". Quem está fora, está do "outro" lado.

Ambos, humanos e vampiros, lutam pela sobrevivência. Obviamente que o leitor tende a se identificar com a luta dos humanos (#Bento_Lucas_Marry_Me uhuuuul). Mas não se pode deixar de lado o fato de que os vampiros não "pediram" pra nascer, ahahahaha. O que fazer se a única maneira de você sobreviver é atacar humanos em busca de sangue?

Em meio a todos esses elementos, o trigésimo Bento desperto precisa sair em busca dos outros 29 Bentos e reuni-los, para desencadear os quatro milagres previstos pelo velho Bispo. Mas o velho foi assassinado e seu sangue foi colhido pelo mulo Lúcio e levado até o vampiro Cantarzo. Funciona assim: o vampiro bebe o sangue do humano e, com isso, assume suas habilidades e seus conhecimentos. Quando Cantarzo bebe o sangue de Bispo, ele entra em transe e coisas estranhas começam a acontecer: o vampiro Anaquias começa a ter visões sobre o Vampiro Rei, liderando os vampiros contra os humanos.

E o que falar da profecia sobre os Bentos? Um grupo de soldados humanos desiste de esperar pela profecia e tem um plano traçado que pode ser o fim dos vampiros. Quando um grupo de soldados e Bentos parte em busca da realização desse plano sem saber que o trigésimo Bento despertou, eles podem colocar tudo a perder. Como culpar esse grupo, em vista do desespero e ansiedade de acabar com a ameça dos vampiros?

É muita informação, eu sei. Tanto é que nem vou reler antes de postar. Mas é um livro de vampiros que matam e trucidam pelo sangue, não brilhamem contato com o sol (por favor, né) e não vivem em harmonia com os humanos. Então, os leitores acostumados e HoN (House of Night) e Crepúsculo podem estranhar e não gostar. Mas não esqueçam: embora eu goste dos vampiros da P. C. Cast, são os vampiros do André Vianco os "vampiros clássicos".

domingo, 4 de julho de 2010

Marcada (P.C. Cast & Kristin Cast) - uma revival de Harry Potter versão vampírica?


Ficha técnica:

CAST, P. C. e CAST, Kristin. Marcada. Osasco: Novo Seculo, 2009. (Col. House of the Night - vol 1)

Resumo com spoilers:

O livro conta a história de Zoey, uma menina de dezesseis anos que é marcada como vampira e tem que deixar sua casa e escola para morar na Morada da Noite, uma espécie de internato para a formação e educação de vampiros novatos. A mãe e o padrasto de Zoey não conseguem lidar muito bem com essa mudança, mas Zoey recebe ajuda e conforto da avó Sylvia Redbird, descendente de Cherokees e uma mulher considerada muito sábia. Na nova escola, Zoey acaba fazendo novos amigos e inimigos e começa a aprender como o mundo dos vampiros funciona. Entrentanto, Zoey é diferente dos novatos, pois sua marca é mais desenvolvida do que a marca de todos os outros vampiros adolescentes. Já no primeiro livro, ela disputa a atenção de Erik, o vampiro mais bonito da escola, com Aphrodite - a líder de uma espécie de irmandade chamada Filhas das Trevas. Á medida em que o tempo passa, Zoey vê alguns de seus colegas rejeitarem a Transformação e morrerem, além de ter que tomar uma decisão importante que vai influenciar na organização das Filhas das Trevas.

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Pseudo-resenha com spoilers:

Peço desculpas a quem não gosta e não leu Harry Potter ainda, mas vou usar a história de HP pra fazer uma aproximação com a história da coleção House of Night. Se você leu HP, vai sentir que não está lendo uma história muito diferente ao ler Marcada. Assim como em Harry Potter, a personagem principal de House of Night passa por uma reviravolta em sua vida quando se vê marcada por um vampiro Rastreador, e tem que deixar a vida á qual estava acostumada - não que ela vivesse feliz demais: sua mãe tinha se casado com seu padrasto há três anos e desde então vivia mais para o marido do que para os filhos, sua melhor amiga Kayla era fútil e seu quase-namorado vinha bebendo demais na sua opinião.

Assim como Harry Potter, Zoey deixa a sua casa, com todos os seus problemas, para viver em uma escola/internato e ali acaba conhecendo as pessoas que vão ser seus melhores amigos - e seus piores inimigos. Assim como em Hogwarts, os alunos da Morada da Noite também tem seus professores monitores. Se em A Pedra Filosofal os humanos, ou trouxas, não têm conhecimento do mundo dos bruxos, em House of Night os humanos sabem da existência dos vampiros e do internato, mas não se misturam. Se em A Pedra Filosofal, Harry Potter tem que lidar com a curisiodade dos colegas bruxos a respeito de sua cicatriz em forma de raio, Zoey tem a mesma experiência com sua marca de vampira: embora todos os vampiros tenham a marca da meia-lua, a de Zoey é especial porque sua marca é uma lua cheia completa - o que só ocorre após anos de preparação e estudos. Em Harry Potter, os alunos são separados por "casas", e em House of Night os alunos são distinguidos pelo ano em que estudam. Se em A Pedra Filosofal, Harry Potter conta com a ajuda de Rony e Hemione para sair vitorioso de sua primeira e perigosa aventura contra Lord Voldemort, Zoey também conta com seus amigos Stevie Rae, Damien, Erin e Shaunee fazer o que sua inimiga Aphrodite não foi capaz de fazer: manter os espíritos invocados por Aphrodite durante um ritual sob controle. Desse modo, Aphrodite é destituída da liderança da irmandade Filhas e Filhos das Trevas, e Zoey toma o seu lugar.

Os personagens de Harry Pottter podem ser comparados aos de House of Night. Neferet, a Grande Sacerdotisa da Morada da Noite, é a professora responsável por Zoey. Lembra o papel de Dumbledore, o grande mentor de Harry Potter e diretor de Hogwarts. Aphrodite é uma espécie de Draco Malfoy de Harry Potter em versão feminina: loira, linda, filha do prefeito da cidade de Tulsa, onde fica a Morada da Noite, e totalmente inescrupulosa. Tem sede de poder e faz de tudo para manter-se como a líder das Filhas das Trevas. Além de antagonizar com Zoey pela disputa de liderança da irmandade Filhas e Filhos das Trevas, ela ainda disputará com Zoey a atenção do menino mais bonito da escola, Erik Night - que jura de pés juntos que não quer mais nada com Aphrodite e só tem olhos para Zoey, a quem chama de Z. Até os animais estão presentes em House of Night, mas representados apenas pelos gatos. São os gatos que escolhem seus donos e vice-versa.

Se em Harry Potter o contato com o mundo humano é feito através de visitas do bruxinho à casa de seus tios detestáveis, em Marcada acontece o contrário: são os humanos que visitam os vampiros na Morada da Noite. Zoey recebe a visita traumática de sua mãe e padrasto. Sua avó Sylvia Redbird, descendente de Cherokees e eterna apoiadora de Zoey, é quem mantém com a recém marcada vampira, sempre a confortando e dando forças.

O mistério de Harry Potter gira em torno da morte dos seus pais e do fato de que ele foi o único a sobreviver ao feitiço de morte Avada Kedrava, lançado pelo bruxo mais poderoso de todos os tempos - Lord Voldemort. Em Harry Potter, cada história tem seu clímax, mas no conjunto da história espera-se que o confronto final entre Harry Potter e Voldemort aconteça.

Em House of Night, nem todos os marcados conseguem fazer a Transformação e virar vamps (vampiros adultos). Alguns acabam morrendo antes, e Zoey presencia de forma direta ou indireta a morte de dois de seus colegas. O mistério parece girar em torno das visões de Zoey após a morte de seus colegas de internato, já que ela é a única que vê o fantasma de seus colegas e tem maus pressentimentos. Para ajudar (ou piorar), Aphrodite tem poderes de visão e, em um de seus transes, prevê que algum evento terrível está se aproximando.

O modo das autoras (mãe e filha) contarem a história é muito diferente do usado por J. K. Rowling. Em House of Night, as descrições não são tão intensas e profundas quanto parecem ser em Harry Potter. Ok, não vão dar risada disso! O que eu quis dizer é que em HP a gente pode perceber muito mais os conflitos internos de Harry. Já em House of Night, a ação tem mais destaque. A linguagem de House of Night é extremamente atual e cheia de gírias adolescentes: Paris Hilton e Gossip Girls são alguns exemplos de manias contemporâneas; e "infermo!" e "tipo assim" são expressões usadas a rodo durante toda a narrativa. E Zoey é bastante irônica, o que a faz parecer uma adolescente mais madura do que os outros de sua idade.

Outra diferença entre HP e House of Night é a perspectiva do narrador. Se em HP o narrador é apenas observador, em House of Night a narrativa é em primeira pessoa - Zoey. Isso implica em um narrador-personagem, que narra os fatos da maneira como ela entende as situações.

No começo da leitura de Marcada, confesso que não me empolguei com o fato de vampiros serem marcados e não mordidos; sobreviverem à luz do sol e não terem nehum problema com alhos e crucifixos. A narrativa só me conquistou quando os primeiros nós da história começaram a aparecer: Zoey se interessando por Erik, Zoey antagonizando com Aphrodite, Zoey entrando para a irmandande das Filhas e Filhos das Trevas e Zoey tendo descobrindo suas afinidades e tendo suas visões.

Quando é que eu vou lembrar que não sou mais adolescente pra ficar lendo esses livrinhos de contos de fadas/vampiros/bruxas? Espero que nunca!



=]

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Presente do Fab 4

Cheirosinha e cheia de livros!

Brigada @emersonsocrates @vandaross @amandanoronha57 e @taislehn

Amo! De amar de verdade, e não de "amar" só de dizer e parecer bonito. Amo!